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CÂMARA HOMENAGEIA ESCRITOR ALEMÃO POR OBRA SOBRE HANS STADEN

Com seu livro, o escritor Detlef Günter Thiel ajuda a divulgar Ubatuba mundo afora

Por seu livro “Hans Staden, sua alma, minha alma”, a ser lançada no próximo dia 2 de dezembro aqui em Ubatuba, o escrito alemão Detlef Günter Thiel, nascido em Berlim Ocidental, recebeu do vereador Edelson Fernandes -Podemos- Moção de Congratulações na sessão desta terça feira, 28/11, “em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados na divulgação de nossa Ubatuba, inicialmente no Continente Europeu e agora no Brasil”.

O lançamento do livro a nível nacional acontecerá no Centro Cultural Araponga, na Rua Hans Staden, 164, das 13:00 ás 18:00, com a presença de estudantes e público interessado nesse personagem marcante de nossa história inicial.

“Trata-se do conto da “Hora Zero” do Brasil, quando o aventureiro Hans Staden viveu e testemunhou em seu livro de 1557 “Verdadeira História: Duas Viagens ao Brasil”, como se iniciou a formação da Nação brasileira”, inclusive com passagem por Ubatuba, como prisioneiro dos índios tupinambás”, resume o autor.

Homem de dois continentes – Detlef Günter Thiel realizou uma pesquisa completa sobre o soldado mercenário e “espingardeiro” Hans Staden (1525 – 1576) em todo lugar onde esteve: no Norte de Hessen, onde nasceu, na Alemanha, em Portugal e no Brasil. Ele viveu os primórdios do Brasil Colônia à época das descobertas e utiliza os eventos históricos relevantes como fundo para uma descrição meticulosamente detalhada de todas as ocorrências, no início do século XVI.

Engenheiro e arquiteto, o autor trabalhou 17 anos no Brasil e hoje reside na cidade de Fürth, Alemanha.

O escritor usou a Tribuna Popular para explicar um pouco da obra informando que “estamos falando de um homem de dois continentes, um homem que tem até o nome em rua de Ubatuba. Ele presenciou pessoalmente a hora zero do Brasil, o nascimento de uma Nação”.

Gunther citou que “quando Hans Staden estava na ilha de Bertioga, ele encontrou o primeiro Governador Geral do Brasil, Tomé de Souza que, pela coragem demonstrada pelo alemão na defesa do canal contra os inimigos que iam atacar os engenhos na Ilha de São Vicente, assinou com ele um contrato de dois anos para comandar o forte de São Felipe que está na falésia da ilha de Santo Amaro, contrapondo-se ao forte São João, fechando essa entrada”.

Primeiro “turista” em Ubatuba – “Hans Staden estava aqui quando tudo se definiu a favor do Brasil”, prosseguiu o escritor. Sua história me deixou tão fascinado que fui pesquisar. A obra dele foi um best seller mundial à época. Publicado em Marburgo, Alemanha, em 1557, “Duas viagens ao Brasil” teve sucessivas edições, constituindo-se num sucesso editorial devido às suas ilustrações de animais e plantas, além de descrições de rituais indígenas e costumes exóticos.

Em sua segunda visita foi prisioneiro dos tupinambás aqui em Ubatuba. Pode-se dizer que foi o primeiro “turista” e aventureiro a registrar a vida dos indígenas aqui do nosso Litoral Norte, onde por pouco não virou banquete. Hans Staden registrou de forma majestosa e detalhada sua estada nas terras novas, e escreveu o que seria o primeiro livro sobre nosso país, seu povo e o modo de vida.
Não é fantasia – Gunther conta que “quando foi lançar seu livro em Lisboa, no dia seguinte eu quis conhecer a Torre de Tombo, um museu que guarda documentos de Portugal de mais de 800 anos. Coloquei o nome do capitão Penteado no computador. Ele veio para o Brasil junto com Hans Staden”.
“Consegui ver esta carta de 1548, desse capitão, Antônio Martins Penteado, que foi escrita para o rei Don João III, pedindo orientações sobre navios capturados na Costa de Marrocos e como prosseguir com esses navios até o Brasil”, detalha o autor.
E Gunther diz que “Hans Staden em seu capitulo I e II menciona esse ato do capitão Penteado, no livro dele de 1557. Ai achei justamente essa carta que foi escrita com Hans Staden ao lado dele. Falo isso porque essa carta prova que a história do Hans Staden era verdadeira sendo que até hoje ainda existem muitos céticos que falam em lendas ou histórias inventadas”, concluiu.

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