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HOMENAGEADO, ATIVISTA COBRA PROJETOS PARA TAXA AMBIENTAL E VEREADORES VOLTAM A PEDIR SUSPENSÃO DA COBRANÇA

Arrecadação acumula R$ 40 milhões parados sem apresentar ações concretas

Homenageado pelo vereador Jorge Ribeiro (PV) por Moção de Congratulações, o ativista voluntário e artesão Onádio Uddhava, que realiza trabalhos comunitários e ações ambientais em Ubatuba, cobrou investimentos com os recursos da TPA -a Taxa de Proteção Ambiental em projetos nas praias, rios e trilhas.

“A gente fica até chocado sabendo que foram arrecadados R$ 40 milhões vindos da cobrança da Taxa Ambiental -TPA- e estes recursos estão parados. Ainda não foi aprovado nenhum projeto de limpeza de praias, ainda não foi pra prática”, cobrou ele.

Uddhava, desde que se mudou para Ubatuba em 1998, realiza trabalhos voluntários de zeladoria com manutenção e construção de campinhos de futebol pela cidade além de realizar trabalhos de conscientização para com o Meio Ambiente com ações que impactam comunidades como a instalação de boias de contenção de resíduos sólidos em rios, limpeza de praias, confecção de lixeiras com tambores e combate à praga erva de passarinho em árvores das praças.

Limpeza de árvores – Limpeza de árvores – Uddhava conta que começou o trabalho limpando árvores no Perequê-Açú. Desde então, já realizou podas em diversas árvores no centro e principalmente na orla da praia de Iperoig e Itaguá. “Para onde você olhar, você vai ver que tem árvores lotadas de erva-de-passarinho. É para todo lado, então tem que ter esse trabalho preventivo de controle”, afirma.
A praga Erva de Passarinho pode matar uma árvore
Na Tribuna, Uddhava diz que “não é muito bom com as palavras, prefere a ação. Informa que tempos atrás o vereador Júnior já havia proposto seu nome para moção mas ele recusou, explicando que não dava muita importância para isso, não tinha maturidade para entender mas agora resolveu aceitar porque se trata de valorização do nosso trabalho. Um trabalho que é feito sem verba pública nenhuma, só por doações de pessoas. E com isso já limpamos mais de 40 árvores atacadas pela erva de passarinho da orla do Cruzeiro, como ação inicial”, explicou.

Ele diz que “só agora o Executivo também entrou em campo e já limpou a maioria delas até o Itaguá. Mas em muitos outros locais, como na praia do Félix, toda aquela sombra maravilhosa lá, se não cuidar, pode acabar, todas aquelas amendoeiras grandes estão infestadas pela mesma praga, a erva de passarinho”.

Ele informou que no último sábado (06/04) junto com os jovens da Ágape limpamos as trilhas e a praia central e hoje, terça, a praia está lotada de lixo de novo. O lixo que a gente recolheu sábado ainda está lá, do lado da estátua de São Pedro. São coisas tão simples que não são colocadas em prática”.

Lixeiras de tambores – O ativista mencionou tais exemplos como ações que poderiam ser realizadas com o dinheiro da TPA, “são ações simples”, enfatizou. “A gente fica até meio chocado sabendo que há R$ 40 milhões vindos da cobrança da Taxa Ambiental -TPA- e está parada. Ainda não foi aprovado nenhum projeto de limpeza de praias, ainda não foi pra prática”.
Voluntários do Grupo Tamoios recolhem lixo nas praias de Ubatuba

Udvah mencionou ainda que “as lixeiras existentes desde o Perequê Açu até a pista de skate fomos nós que fizemos. Aqueles tambores que a gente corta e coloca lá. Todo o lixo que vem do rio Grande são os moradores ribeirinhos que jogam ali. Poderia se usar verbas do TPA para ações de conscientização, fabricar mil lixeiras e distribuir pra esse povo. Há muita fralda jogada. Na última enchente agora nós tiramos 18 caçambas de lixo só no Cruzeiro, fora o que a Prefeitura tirou, foram 150 caminhões de detritos e material orgânico”.

VEREADORES PEDEM SUSPENSÃO DA COBRANÇA– Após as declarações de Udvah, os vereadores Júnior Jr (Podemos), Jorge Ribeiro (PV) e Vantuil Ita (Cidadania) se pronunciaram para exigir o fim, a suspensão da cobrança da TPA em Ubatuba pelo menos enquanto não aparecerem as ações concretas com a aplicação dos recursos arrecadados.

Junior parabenizou o vereador Jorginho por ter convencido o Udva a vir aqui receber essa homenagem. Diz saber o quanto ele se dedica ao Meio Ambiente de Ubatuba e seja quem for o prefeito eu chamaria de imediato você para um trabalho conjunto”.

“Em agosto do ano passado eu já havia pedido a suspensão desta cobrança da TPA”, lembrou Junior. “E agora estamos aqui, oito meses depois, falando sobre o quê? Que se suspenda a cobrança até que possa ser mostrado a nós ações concretas com estes recursos”.

“A população não aguenta mais. Não estamos falando de gestão de A ou B”, insistiu Junior. “Nós cobramos, cobramos e cobramos e nada é feito. Não dá mais. Estamos falando disso há mais de um ano. Primeiro já externei minha opinião contrária a cobrança diária. Que se cobre uma taxa para entrar e pronto. Parabéns Udva pelo teu trabalho, continue firme em seu propósito”, concluiu.

O vereador Ita também diz que “é sempre cobrado pela população sobre a aplicação dessa TPA. É inadmissível que se tenha R$ 40 milhões parados e sem nenhum planejamento. Porque que não se investe? Estão juntando o dinheiro pra quê. É um tema que tem que ser revisto, discutido”.

Também o vereador Jorge Ribeiro lembra que no ano passado “convocou uma audiência sobre essa questão da TPA e naquela ocasião nos foi apresentada uma lista, uma série de projetos ou ideias para a aplicação dos recursos da TPA mas cadê as ações”, indagou. E temos os recursos ai parados. A cidade sofrendo com a falta de agilidade da gestão pública”.

Segundo Jorginho, ele “não consegue mais explicar para a população e muito menos pros turistas: onde está o dinheiro da TPA? Fizeram um auê com as 100 caçambas de lixo mas parou por ai. É preciso ter agilidade, comprometimento. Que suspendamos a cobrança da TPA até que a população possa ver ações concretas. Cadê os banheiros nas praias?”, cobrou

FIXAR UM PRAZO PARA AÇÕES – Já o vereador Rogério Frediani (PL), da base da prefeita, mostrou-se contra a suspensão imediata e sugeriu um prazo, um mês, mês e meio, 45 dias para que sejam mostrados projetos e ações vinculados à essa Taxa Ambiental. “Se não apresentarem, nós cancelamos essa cobrança. A única que ganhou dinheiro até agora com a TPA foi a empresa administradora. Eu também sou cobrado a dar justificativa para a população. Ai até a empresa vai ajudar a fazer esses projetos. Temos R$ 40 milhões parados lá. Ao invés de suspender, vamos dar um prazo.

Rogério insistiu que não é favor da suspensão imediata porque sabemos que o problema politico tomou conta desse mandato, sai prefeita, entra prefeito, volta prefeita. Peço o entendimento do vereador Jorginho para que a gente dê ai um mês, mês e meio, 45 dias para que se apresentem os projetos. Está chegando a eleição e nós é que vamos apanhar por não termos tomado nenhuma atitude. A Prefeita voltou agora. Vamos dar um prazo, ou a secretaria funciona ou não funciona, concluiu.

O presidente da Mesa, vereador Eugênio Zwibelberg (União Brasil) encerrou o debate dizendo que “a questão da suspensão imediata ou não da cobrança é um pouco mais complexa do que simplesmente falar vamos suspender amanhã. O Município não pode fazer renúncia fiscal, renúncia de receita. Todavia o recurso existe e está ai parado. Então a necessidade é de aplicá-lo. Se há dificuldade insuperável de se fazer a gestão desse recurso ai podemos discutir a suspensão da cobrança mas temos que ter mais cautela nesse assunto. Que façamos um Pedido de Informação conjunto para que nos enviem esses Projetos sobre os recursos da TPA”, concluiu.

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