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MANIFESTANTES OCUPAM PLENÁRIO DA CÂMARA E PRESIDENTE LIBERA TRIBUNA POPULAR

MANIFESTANTES OCUPAM PLENÁRIO DA CÂMARA E PRESIDENTE LIBERA TRIBUNA POPULAR

 

Uma centena de jovens manifestantes ocupou nesta terça feira o plenário da Câmara Municipal de Ubatuba durante a 19ª sessão ordinária, enquanto outro tanto aglomerava-se nas imediações do prédio do Legislativo, tendo a Polícia Militar montado bloqueios fechando a rua Hans Staden para veículos por medidas de segurança. Não houve atos de vandalismo.

 

Assim que o presidente abriu a sessão às 20 horas para o expediente,  gritos de ordem e apitos dificultaram a leitura, iniciada pela vereadora Flávia Pascoal (PDT. Foi quando o vereador pastor Claudnei Xavier (DEM) sugeriu que a pauta fosse suspensa e que os manifestantes escolhessem cinco representantes, sem vinculações partidárias, para expor suas ideias na Tribuna Popular.

 

Em respeito a quem já estava previamente inscrito para falar, o vereador deu a palavra a Elton Guerreiro, vinculado a uma Associação de Skatistas de Ubatuba que questionou uma indicação propondo reabertura para veículos com asfaltamento e calçamento de um trecho da orla do Itaguá, antes conhecida como av. 9 de Julho, hoje área de lazer e caminhadas.

 

A indicação nº 143 foi apresentada na sessão do dia 12 de março e em 23 de abril, segundo o orador, o prefeito teria aberto processo administrativo para implementá-la. Elton criticou a falta de consulta popular para a obra. O autor da indicação,vereador Eraldo Todão, no entanto, informou que a proposta já havia sido arquivada.

 

Aplausos e assovios

 

Por cerca de 40 minutos, entre aplausos e assovios, cinco representantes dos jovens puderam expor suas ideias, resumidas em protestos contra o que eles consideram abandono da cidade, com ruas esburacadas, apesar de Ubatuba ter “o IPTU mais caro do Pais”, sujeira ou acúmulo de lixo em locais de referência turística, como a Praia Grande e outras, a corrupção e o sucateamento da Educação, Saúde, na própria prefeitura e cobranças por mais transparência.

 

Os manifestantes queriam saber porque uma CPI sobre a Santa Casa havia sido suspensa em 2012 e pediram sua reabertura e outra CPI contra o sucateamento denunciado em equipamentos da Prefeitura.

 

Falando de improviso um dos manifestantes diz que veio “questionar a instituição legislativa, levantando comparações entre o salário dos vereadores e o dos professores. “Os senhores conhecem todas as demandas: educação, merenda, Santa Casa, as ruas. Os senhores sabem quais são nossas reivindicações. Na campanha falam que vão resolver todos os problemas. Então porque tivemos que sair de casa e vir até aqui”,  perguntou um deles.

Impostos sem retorno

 

Um outro colocou o movimento como “representando os 80 mil moradores de Ubatuba, onde todos pagam um dos IPTUs mais caros do Pais. Pagamos impostos mas sem retorno, denunciou. Enfrentamos filas enormes na Santa Casa, usamos nosso dinheiro para ir a Caraguá utilizando o hospital de lá porque o daqui é ruim. O  salário mínimo não chega a R$ 750 reais mas a metade é gasta com transporte, estamos sem segurança com nossas bicicletas roubadas à luz do dia e a cada metro topamos com um buraco nas ruas”.

 

“Galera, disse um dos primeiros oradores, a meu ver o grande movimento que estamos fazendo hoje é contra a corrupção, não são só por 20 centavos. Por causa da corrupção não temos dinheiro para escolas, educação, saúde é sucateada. A política carrega coisas do passado. Assim, mesmo sendo Câmara nova, ela traz bagagem pesada da Ubatuba antiga. Porque foi arquivada a CPI da Santa Casa em 2012? Que reabram a CPI porque não está certo arquivar”, pediu.

 

O presidente da Casa esclareceu que a nova Legislatura estreou há cinco meses e não há registro de corrupção. “Pelo contrário, informou, em quatro meses de nova gestão conseguimos uma economia de R$ 620 mil com cortes de gastos.”

 

Câmara age

 

Ao final, o presidente da Mesa abriu a palavra aos vereadores para colocações pessoais. Apenas o vereador Claudnei falou pedindo que toda a gravação seja repassada aos vereadores para que cada um possa se manifestar posteriormente.

 

“Cada vereador aqui tem feito seu trabalho” defendeu ele. Quem acompanha os jornais sabe que eu tenho lutado pela UTI da Santa Casa, por postos de saúde melhores, tirando-os do aluguel para colocá-los em prédio próprio, brigamos por água, luz nos bairros. Não temos como fazer em 4 anos o que vem de anos anteriores”.

 

Ele explicou que “quem executa, quem faz as coisas acontecerem é o Executivo. A Câmara faz leis mas muitas são questionadas, viram Adins. Nós levamos a termo a CPI da Comtur –Companhia Municipal de Turismo, foi finalizada, a Câmara fez sua parte. Resta ao Ministério Público oferecer a denúncia e punir eventuais culpados. Não se pode falar que a Câmara é omissa. Temos dado passos importantes aqui, dentro do que é possível fazer”. O vereador concluiu deixando seu “manifesto solidário aos que estão aqui”.

 

Encerrada a sessão, a dispersão dos manifestantes foi tranquila.

 

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