QUESTIONAMENTO DE COMPRA EVIDENCIA DESENCONTROS NA BASE DE APOIO
A intenção anunciada pela presidência da Câmara de comprar o imóvel da Universidade de Taubaté –Unitau-, no bairro do Itaguá para ali instalar a nova sede do Legislativo, gerou pedidos de explicação e cobranças por parte dos vereadores da base aliada Reginaldo Bibi (PT), Manoel Marques (PT) e Flávia Pascoal (PDT). Vereadores chegaram a reunir-se sem o presidente para discutir a questão.
Logo na abertura dos trabalhos os vereadores não escondiam a ansiedade em abordar o tema. O vereador Manoel Marques (PT), na abertura da sessão, antes da aprovação das atas, apressou-se em pedir explicações questionando sobre a transparência nas negociações. O presidente interpelou-o pedindo para não sair do foco, dando continuidade à aprovação das atas.
Ainda no expediente, o vereador Reginaldo Bibi (PT) também levanta o tema na tribuna, dizendo que ninguém estava sabendo dessa intenção de compra, que ninguém fora avisado. Lembrou que “em entrevista a uma rádio local foi cobrado por ouvinte e ele respondeu que não sabia nada do assunto e que como vice presidente nunca foi chamado para reunião sobre a compra. Soube por jornal local que as negociações estavam adiantadas”.
Bibi questionou os demais vereadores se eles tinham sido informados quando o vereador Claudnei Xavier (DEM) levanta questão de ordem, orientando o presidente a jogar o tema para os pronunciamentos pessoais no final da sessão.
“Vereadores sabiam”
Nas questões pessoais o tema volta à tona quando a vereadora Flávia Pascoal (PDT) também se manifesta contrária à transação com a Unitau e dizendo que não fora consultada, como secretária da Mesa.
Dizendo falar em nome de seu partido, o vereador Reginaldo Bibi lembra que “o PT sempre defende o orçamento participativo, a discussão ampla com a sociedade e informa que pretende formar uma comissão para discutir o tema”.
O vereador Gérson Biguá (PSD) intervém para avivar a memória de todos dizendo que o presidente havia informado, sim, sobre a intenção de buscar um novo espaço para os trabalhos legislativos. “Estávamos todos os dez vereadores presentes quando o tema foi abordado. Guardo quando ele disse que até julho estaríamos em novo prédio. Eu o conheço pouco ainda mas vejo que o presidente quer acertar, está agindo honestamente”, no que é reforçado por Claudnei:
“Eu endosso as palavras do Biguá, nós sabíamos. Estou em meu segundo mandato, o Biguá há mais tempo mas se adiarmos essa decisão podem se completar doze anos jogando dinheiro fora em aluguel e manutenção. O prédio não é do presidente mas da população, não é apenas dos vereadores, é da população. Já estamos pagando há oito anos e se continuarmos discutindo serão doze anos e o dinheiro de aluguel vai embora. Vamos ficar mais doze anos pagando aluguel”, questionou.