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AGENTES EDUCACIONAIS DENUNCIAM MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO A GERAR DOENÇAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS

Categoria sofre com esgotamento profissional com exaustão extrema ou “burn out”, estresse e ansiedade generalizada

Inscrita para ocupar a Tribuna Popular na 10ª sessão da Câmara de Ubatuba, a agente educacional Luciane Nédis dos Santos descreveu um quadro profissional desgastante decorrente de uma rotina de oito horas diárias de trabalho nas creches e escolas que tem provocado constantes afastamentos por esgotamento físico e psicológico.

Falando em nome de sua categoria, ela diz que “exerce esta função (agente educacional) há oito anos e denuncia que os profissionais “estão adoecendo. Nunca se viu tantos afastamentos por problemas psicológicos como “burn out”, síndrome do pânico, crises de ansiedade generalizada, uma triste realidade nossa”, detalhou.

Falando pelos agentes educacionais, Luciane relatou uma série de problemas da categoria

Segundo Luciane, “dentro da nossa rotina diária de trabalho muitos são os desafios enfrentados: topamos com sala de aulas lotadas, falta de espaço adequado, calor excessivo por falta de ventiladores, carga horária exaustiva de oito horas diárias, exercendo uma rotina que nos exige uma demanda humanamente impossível de nos mantermos saudáveis, física e psicologicamente”.

Lesões de joelhos, inflamações – A agente continuou a mostrar que “muitos dos outros afastamentos são também por problemas físico. Lesões no joelho, problemas de coluna, lombar, nervo ciático inflamado. As atribuições do cargo passam pelo cuidado de higiene de bebês, alimentação, recreação, auxílio pedagógico, organização de espaço entre outras funções diárias com as crianças”.

Postura no dia a dia leva a lesões nos joelhos e inflamações

Com tudo isso, prosseguiu Luciane, “não temos direito à insalubridade apensar de convivemos com vírus e bactérias diariamente, doenças de pele, viroses, conjuntivites, e não nos é concedido o direito à insalubridade”.

Os profissionais reclamam ainda de defasagem salarial, o menor salário da Prefeitura. Segundo Luciane, “os agentes não têm direito a sede física. Ficamos à disposição da Secretaria de Educação para que nos direcionem como bem entendem. Não temos direito de escolher uma sala para trabalhar”.

Não funciona – A representante dos agentes educacionais prosseguiu dizendo que “a Educação Infantil em Ubatuba não funciona! Se nós pararmos, a Educação Infantil vai parar. Estamos exaustos de tanto lutar. Entra gestão e sai gestão e nada é feito’.

A profissional finalizou pedindo ajuda dos vereadores nessa luta por melhoria. “Temos o Jorginho, o Adão e o Eugênio do nosso lado mas precisamos de todos vocês. Peço que os senhores fiscalizem o chamamento desse concurso público que foi homologado recentemente. Só nesse mês passado tivemos quatro exonerações por exaustão. Que os concursados assumam, são cento e poucas vagas. Nossas principais reivindicações são redução da carga horaria de 8 para 6 horas, insalubridade e direito a sede”, concluiu.

VEREADORES CORROBORAM DENÚNCIAS – O vereador Jorge Ribeiro -PP- lembra que tocou nesse tema na sessão passada. “Percorri várias creches, constatando os problemas aqui levantados, salários defasados, paredes das salas emboloradas, sem ventilação, tem creches em condições deploráveis”, relatou o vereador.

“A pouco tempo atrás foi dado a eles, um benefício através de um projeto mas de forma desrespeitosa foi-lhes retirado, sem ouvir a categoria. Houve a conquista do piso mas agora é hora de olhar para essa classe dos agentes educacionais. Que a Prefeita ouça as reivindicações”, cobrou Jorginho.

Jorginho lembrou que também há os agentes eventuais com salários baixíssimos. Que se reavalie os eventuais também das escolas e creches. Que façamos um requerimento conjunto dos dez vereadores pela redução da carga horaria. A insalubridade tem que ser agora, a redução da carga horária tem que ser revista”, finalizou.

O vereador Adão Pereira (PSB) também se diz solidário para com essa categoria profissional e informa que já deu várias sugestões como a do aumento da carga horária para dez horas, criando-se dois turnos de cinco horas para que se faça revezamento. Sim, vai ter custo, vai refletir na folha mas quando estamos gastando com crianças, com Educação, isso é investimento. O que cabe a nós vereadores? Nós pedimos, solicitamos, aprovamos, fiscalizamos mas não podemos criar dívidas não previstas no orçamento. Vocês estão de parabéns, são guerreiros por chegarem onde chegaram”.

O vereador Silvinho Brandão (PL) lembra que em 2019 foi enviado um projeto sobre essa causa, saiu projeto de lei reduzindo a carga horária mas foi vetado, considerado inconstitucional. Não vejo problema algum na redução de carga horária. Conseguimos ainda uma emenda impositiva de R$ 200 mil com a solicitação de compra de ar condicionado para todas as creches.

O vereador Júnior Jr (Podemos) diz que a discussão sobre redução da carga horária já vem de gestões passadas. Sim, fizemos projeto de lei mas infelizmente foi vetado por inconstitucional. Foi uma provocação. Agora esperamos que seja revisto isso”.

Junior prosseguiu dizendo que “o que ouvimos nas ruas ai é que vestimos um santo pagando o piso dos professores, legitimo, mas desvestimos o outro. Parece que a partir disso não se pode mais chamar ninguém do concurso público. Peço que se registre em ata um pedido de Informação ao Executivo para que nos informe se realmente com a concessão do piso não se vai poder atender os Agentes Educacionais nem convocar novos concursados. Não é correto vestir um santo para despir outro. Espero que seja grande mentira, boato e que essa informação caia por terra. É inadmissível que se faça um auê com o piso e deixar de atender os agentes”, finalizou.

O Presidente da Câmara, Eugênio Zwibelberg (Avante) diz que sempre foi solidário com essa causa, lembrou que suas duas filhas ficaram na creche Jose Carlos, vocês cuidaram das minhas duas filhas que hoje estão na Idalina. O problema é o mesmo. Isso tudo é falta de planejamento, o que se tem é oba-oba politico, eleitoreiro e a cidade fica patinando em torno de um item e não se avança”.

Já mencionamos aqui sobre a precariedade das salas de aula o que afeta significativamente a saúde física e mental de quem ali trabalha. Esse assunto já foi objeto de análise pelo Tribunal de Contas do Estado (cita número do processo) que analisou contas de 2021 e fez observação extensa a respeito da Educação, tanto no que diz sobre a aplicação de recursos públicos mas também com a salubridade, destacando a questão do bolor e do mofo e a situação que crianças e profissionais se expõem diariamente. Está lá no relatório das contas de 2021. E de 2021 pra cá sabemos que nada mudou. Uma lástima, lamentável.

Eugênio lembrou “que em 2018 foram realizadas várias reuniões para se tratar da carga horaria. Falamos de seis anos de discussão do mesmo assunto. Os eventuais também fazem jus a um pagamento justo e não tem sequer um benefício, se faltam, não recebem, não tem nenhum direito trabalhista. Muito obrigado a vocês por tudo o que vocês fazem pelas crianças da nossa cidade”, concluiu.